Da coisificação social

Quanto maior o número de coisas que o dinheiro compra, menor o número de oportunidades para que as pessoas de diferentes estratos sociais se encontrem. O desaparecimento do convívio entre classes outrora vivenciado representa uma perda como um todo.

Numa época de crescente desigualdade, a marquetização de tudo significa que as pessoas abastadas e as de poucos recursos levam vidas cada vez mais separadas. Vivemos, trabalhamos, compramos e nos distraímos em lugares diferentes. As crianças vão as escolas diferentes. Isso não é bom para a democracia e nem sequer é uma maneira satisfatória de levar a vida. Democracia não quer dizer igualdade perfeita, mas de fato exige que os cidadãos compartilhem uma vida comum.
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O importante é que pessoas de contextos e posições sociais diferentes encontrem-se e convivam na vida cotidiana, pois é assim que aprendemos a negociar e respeitar as diferenças ao cuidar do bem comum.

Tentar criar uma bolha isolada de tudo para viver é mera utopia. No fim das contas, esse mundo é único, é nosso lar. E o que que o dinheiro compra deve estar a favor desse convívio. Cabe a nós decidirmos como usar e usfruir qualquer recurso.

Por fim, é difícil questionar as escolhas dos outros. Principalmente quando se vive em uma sociedade que qualquer lugar há espaços para camarote vip…

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